quarta-feira, 11 de julho de 2012

Informações do Arquipélago de São Pedro e São Paulo

Olá!
O dia da viagem está cada vez mais próximo, e os preparativos estão a  todo vapor! Hoje passei o dia no Hospital Naval de Natal (HNNa) fazendo a bateria de exames necessária para viajar para o Arquipélago, e amanhã irei conhecer com quem vou viajar e vou participar do Adestramento que fazemos antes de viajar.

Então hoje vou situar vocês sobre o Arquipélago, passando algumas informações básicas e curiosas sobre este lugar tão maravilhoso e único, que pertence ao nosso Brasil!

Todos os dados foram tirados do livro "O Arquipélago de São Pedro e São Paulo: 10 anos de Estação Científica", disponível no site da SECIRM (http://www.mar.mil.br/secirm/publicacao/arquipe.pdf), que é a Secretaria da Marinha do Brasil responsável pelo Programa Arquipélago.

LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS


Descoberto acidentalmente, em 20 de abril de 1511, quando uma frota portuguesa composta por seis caravelas com destino à Índia aí registrou seu primeiro naufrágio, o Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP) é um conjunto de pequenas ilhas rochosas localizado a cerca de mil e cem quilômetros da cidade de Natal - Rio  Grande do Norte, o ponto mais próximo da costa brasileira.
Com área total emersa da ordem de 17.000 m2 e altitude máxima de 18 m, é um dos lugares mais inóspitos do País. Este pequeno arquipélago  rochoso, desprovido de vegetação e de água potável, é formado por 5 ilhotas maiores e  várias outras de menor tamanho. Sua constituição geológica, extremamente rara, é  decorrência de o Arquipélago constituir um afloramento do manto sub-oceânico, que eleva-se de profundidades abissais, em torno dos 4.000 m, até poucos metros acima da superfície,  sendo o mesmo resultante de uma falha transformante da Dorsal Meso-Atlântica. Apenas a maior das ilhas possui vegetação, rasteira e rala, estando todas elas sujeitas a abalos sísmicos e a condições muito severas de mar e vento, servindo de abrigo a diversas espécies de aves marinhas, a caranguejos e diversos tipos de insetos. A área marítima circunvizinha, em virtude do fenômeno da ressurgência, abriga surpreendente biodiversidade e tem imenso potencial para o desenvolvimento de atividade pesqueira sustentável.
A Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos do Mar (CNUDM), assinada pelo Brasil em 1982 e ratificada em dezembro de 1988, instituiu o direito dos Estados costeiros de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito e seu subsolo, presentes na sua Zona Econômica Exclusiva. No entanto, em relação ao “Regime das Ilhas”, o artigo 121 da Convenção estabelece que “os rochedos que, por si próprios, não se prestam à habitação humana ou à vida econômica não devem ter Zona Econômica Exclusiva nem Plataforma Continental”. Diante disso e da importância estratégica do arquipélago para a projeção do País no mar, afigura-se imperativo promover a habitação do local em caráter permanente.
Como resposta a esse desafio, foi inaugurada, em 25 de junho de 1998, na Ilha Belmonte, a Estação Científica do Arquipélago de São Pedro e São Paulo, dando início ao Programa Arquipélago de São Pedro e São Paulo (PROARQUIPÉLAGO), sob a coordenação da SECIRM.
Desde então, a presença permanente de quatro pesquisadores na Estação Científica, além de viabilizar a realização de pesquisas de alto nível em diversos ramos da ciência, conferiu ao Brasil o direito a 450.000 km2 de Zona Econômica Exclusiva em torno do Arquipélago, área equivalente a cerca de 15% de toda a ZEE brasileira ou 6% do território nacional.
O seu posicionamento geográfico, entre os hemisférios norte e sul e os continentes africano e americano, atribui ao ASPSP uma condição única para o desenvolvimento de pesquisas, podendo-se dizer que, de certa forma, a construção da estação científica o transformou em um “navio oceanográfico” permanentemente fundeado no meio do Oceano Atlântico, à disposição da comunidade científica brasileira, que pode realizar ali pesquisas nas áreas de Meteorologia, Geologia e Oceanografia Física, Química e Biológica. Também em decorrência de sua localização geográfica estratégica, o ASPSP constitui área de enorme importância biológica, exercendo papel relevante no ciclo de vida de várias espécies que possuem na região uma etapa importante de suas rotas migratórias, quer como área de reprodução, quer como zona de alimentação, não apenas para peixes, mas para crustáceos, aves, quelônios e mamíferos aquáticos. Algumas espécies raras, como o tubarão-baleia, por exemplo, são encontradas com relativa freqüência nas proximidades do arquipélago, (mais de 100 avistagens entre 2000 e 2008), que oferece, assim, grande oportunidade para estudos de comportamento.  
Também, a região do ASPSP, em decorrência dos fatores geográficos e meteorológicos, revela-se um perfeito laboratório para o experimento de inovações tecnológicas. No caso específico da Arquitetura, o estabelecimento de uma edificação capaz de prover conforto e segurança sem, no entanto, mpactar o frágil ambiente, só foi possível mediante a busca incansável por soluções de engenharia que contornassem as barreiras impostas pelas adversidades típicas do local. O reconhecido sucesso alcançado com a ocupação do ASPSP comprova a possibilidade de, mesmo em casos extremos, se estabelecer uma relação harmônica entre a presença humana e a conservação de determinado ecossistema, conhecimento este que já tem amplo emprego em muitas outras regiões do país. A construção da estação foi precedida de estudos tecnológicos sobre o regime de ventos e marés, força e direção das ondas, regime de insolação, resistência dos materiais, principalmente no que tange à madeira, além de pesquisas sobre fontes limpas de energia alternativa, produção de água, sistema de comunicações e equipamentos de segurança individual e coletiva. 

  Vista aérea do ASPSP

Bom, vou ficando por aqui. Preciso terminar de arrumar as malas e conferir o material da pesquisa!

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